Filósofo Cortella faz reflexões sobre o trabalho em palestra no TRF4
17/05/2017 18:18:01

Professor Mário Sérgio Cortella falou para magistrados e servidores da 4ª Região
Professor Mário Sérgio Cortella falou para magistrados e servidores da 4ª Região
Professor Mário Sérgio Cortella falou para magistrados e servidores da 4ª Região

Plenário do TRF4 ficou lotado durante a palestra do filósofo e educador

Desembargador federal Celso Kipper, corregedor regional da 4ª Região

Mário Sérgio Cortella palestrou na semana de inspeção da Corregedoria da 4ª Região

Desembargador Celso Kipper (E) coordenou a atividade realizada no plenário do TRF4


Magistrados e servidores da Justiça Federal assistiram hoje (17/5) a palestra do filósofo e educador Mário Sérgio Cortella.  O evento aconteceu no plenário do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e foi transmitido ao vivo para o auditório do tribunal e para 62 subseções judiciárias da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. A atividade faz parte da semana da Inspeção 2017, que começou na última segunda e vai até sexta-feira.

A mediação da palestra foi do corregedor regional da Justiça Federal da 4ª Região, desembargador federal Celso Kipper, que salientou a importância da semana de inspeção das varas federais da Região Sul. “O objetivo é refletir sobre o nosso trabalho, sobre os nossos problemas, nossas metas, buscando a partir do debate uma maior conscientização do papel que nós desempenhamos e a consequente percepção dos rumos a serem tomados, propiciando uma construção coletiva de propostas e soluções”, avaliou Kipper.

O que fazemos? 

“Somos a Justiça Federal da 4ª Região. O que é mesmo que fazemos?”. O título da palestra já mostrava o tom de questionamento e de reflexão impresso nas palavras do professor Cortella durante uma hora e meia.  Ao perguntar sobre o que eleva o ser humano, ele apontou o trabalho da Justiça como fundamental. “A tarefa da Justiça é cuidar da comunidade e deve se colocar mais humana, mais participativa, mais solidária. Eu me lembro de uma frase, que não tem autor, mas acho que você compreende com clareza quando se diz: um homem só deve olhar outro homem de cima para baixo quando for para ajudá-lo a se levantar.”

O professor da PUC de São Paulo e comentarista em diversos veículos de comunicação do país ressaltou a importância do momento que vive o Poder Judiciário e da reflexão a respeito do seu papel na sociedade. “Se eu perguntar o nome de cinco jogadores da seleção brasileira, poucos saberão responder. Há dez anos todo mundo saberia. Mas hoje, se eu perguntar cinco nomes de ministros do STF, todos saberão. As pessoas estão aprendendo o que é mandado, sabem o que é liminar, não da forma técnica, mas de repente o mundo do Direito perdeu a estranheza no nosso cotidiano. Nós fomos nos elevando como sociedade num momento que é difícil, que é turbulento, que é complexo, mas que é necessário, pois não há cura sem febre”, analisou Cortella. 

Além de abordar o papel do Judiciário na sociedade, o filósofo também instigou a platéia a refletir sobre o papel do magistrado e do servidor público na sua unidade. Para Cortella, existe uma distinção entre emprego e trabalho.  Enquanto o primeiro busca somente a remuneração, o segundo é fonte de propósito e realização. “Qual o propósito que coloco diante de mim? A palavra “propósito” em latim carrega o significado de “aquilo que eu coloco adiante”. O que estou buscando. Uma vida com propósito é aquela que eu entenda as razões pelas quais faço o que faço e pelas quais claramente deixo de fazer o que não faço”. 
 
Outra reflexão importante foi a respeito da forma do indivíduo colocar-se no ambiente de trabalho. Ele citou uma passagem bíblica em que Deus prometia “vomitar os mornos” e fez uma analogia com a vida coorporativa e as pessoas desmotivadas. “Existem mornos no trabalho, nas relações, aqueles que não são nem quentes nem frios e acabam não contribuindo. Quem está motivado faz mais do que a obrigação, isto é, tem a obrigação como ponto de partida e não de chegada”. Para Cortella, “o bom gestor tem que manter a equipe em estado de atenção e não de tensão. Ao acabar o trabalho, a equipe pode estar cansada, mas não deve estar estressada”. Segundo ele, o estresse deriva da falta de propósito.

 

Clique aqui para ver a reportagem de TV sobre a palestra de Mário Sérgio Cortella no link na página inicial do Portal do TRF4.

 




  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Assine o RSS do TRF4